Domínio anticatólico
Em 1627 a importante cidade portuária de La Rochelle, na França,
tinha-se tornado um grande e poderoso reduto do crescente
protestantismo. O Rei católico Luís XIII tinha como ministro um Cardeal
chamado Richelieu. Juntos, os dois reuniram o exército e empreenderam um
cerco a La Rochelle. O objetivo era por fim à onda anticatólica que
dominava a cidade.
Uma potência apoiando os revoltosos
A vitória, porém, seria muito difícil, pois os protestantes eram
apoiados por uma potência bélica: a Inglaterra. Em vista disso, Luís
XIII pediu à Rainha Ana da Áustria, sua esposa, para movimentar os
católicos e motivá-los para que se fizessem orações públicas pedindo a
vitória da fé católica em todas as igrejas da cidade de Paris.
Intercessão de Nossa Senhora
Assim, começaram grandes movimentações de fiéis liderados pelo
Arcebispo de Paris, juntamente com o clero. Todos rezavam o terço
pedindo ao Senhor, pela intercessão de Maria, a derrota dos
protestantes. Os capelães do exército, por sua vez, também promoveram um
grande movimento de orações no meio dos soldados. E a coisa cresceu de
tal forma que, em algumas horas do dia ouvia-se a recitação do terço e
grandes orações de louvor à Virgem Maria.
Nossa Senhora das Vitórias
Quando Luís XIII percebeu que era a hora, avançou sobre os revoltosos
e estes, surpreendentemente, se renderam. Em gratidão por essa tão
inesperada vitória, o rei Luís XIII lançou, na cidade de Paris, a pedra
fundamental da igreja que ele mesmo chamou de Igreja de Nossa Senhora
das Vitórias. Seria uma recordação duradoura da vitória sobre La
Rochelle.
Graças alcançadas
Ana da Áustria, Rainha da França e esposa de Luís XIII não conseguia
engravidar, para dar um herdeiro ao marido. Estavam casados há mais de
23 anos e ela já tinha perdido a esperança. Nesse tempo, um convento de
frades de Santo Agostinho, que ficava perto da Igreja de Nossa Senhora
das Vitórias, tinha recebido um camponês muito humilde chamado Irmão
Fiacre. Este teve compaixão da rainha e começou a pedir a intercessão de
Nossa Senhora sobre esta situação. O irmão, então, teve uma visão da
Virgem Maria. A Mãe Celestial lhe disse que as orações seriam atendidas,
desde que fossem rezadas novenas nas igrejas indicadas por ela. Dentre
estas estava a igreja de Nossa Senhora das Vitórias. E assim foi feito.
Então, depois de dez meses de intensas orações, Ana da Áustria deu à luz
seu primogênito. Este se tornou o grande rei Luís XIV, um dos mais
importantes de toda a história da França.
Edito de gratidão
Em ato de profundo agradecimento, Luís XIII publicou-se um Edito
oficial em que consagrou a família real e toda a França a Nossa Senhora.
Este Edito ficou conhecido como o Voto de Luís XIII. Até hoje ele é
comemorado nas paróquias da França.
Igreja de Nossa Senhora das Vitórias
A famosa Igreja de Nossa Senhora das Vitórias em Paris, hoje, é quase
totalmente coberta por ex-votos, ou seja, materiais que simbolizam a
graça alcançada; quase sempre são partes do corpo humano às quais foi
restituída a saúde. A Igreja foi construída no estilo clássico, é
iluminada por milhares de velas e lâmpadas votivas, mostrando a força da
veneração que o povo tem para com a Mãe Imaculada. Na fachada da igreja
foi gravada uma inscrição de gratidão em letras de outro, que diz:
"tantas vitórias que lhe vieram do Céu, especialmente d'Aquela que arrasou a heresia".
Oração a Nossa Senhora das Vitórias
“
Santíssima Virgem Maria, Nossa Senhora das Vitórias, filha
dileta de Deus Pai, Mãe de Jesus, nosso Salvador, tabernáculo do
Espírito Santo, eis-me aqui diante de vossa imagem, para consagrar-me
inteiramente a vós. Trago-vos, Senhora, minha vida, meu trabalho, os
sofrimentos e as alegrias, as lutas e as esperanças, tudo que tenho e
que sou para oferecer ao vosso filho por vossas mãos de mãe. Sou todo
vosso, ó Maria. Peço vossa proteção para nunca abandonar a fé católica,
traindo a Jesus. Conservai-me na graça de vosso divino filho. Dai-me
força para viver de verdade o amor fraterno e assumir minha
responsabilidade de cristão no mundo. Ó Senhora das Vitórias, aceitai-me
como filho(a) e guardai-me sob o vosso manto protetor. Amém!”
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